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Clara Pinto Correia, nova representante da Literatura Portuguesa, confirma seu talento em Adeus, princesa, considerado pela crítica do seu país como uma das mais importantes obras da atualidade. A autora tem um perfeito domínio sobre a escrita e um talento narrativo minucioso. Mescla nas doses corretas sabores e tradições, crimes e paixões, críticas e humor refinado. Ficção e realidade se confundem.
Numa madrugada de agosto, o mecânico alemão Helmut Schneider, em serviço na Base Aérea da NATO, na zona da Beja em Portugal, foi encontrado morto numa estrada deserta. Maria Vitória Joaquim Formosinho Rosado, a Mitó, é a assassina confessa do rapaz, apesar das autoridades sustentarem a versão de que ele foi morto por contrabandistas. Menina frágil e insegura, considerava-o o amor de sua vida, o homem por quem tudo arriscava, mesmo diante do desprezo que lhe era dispensado. O ingênuo jornalista estagiário Joaquim Peixoto e o bem-humorado e mulherengo fotógrafo Sebastião Curto, da revista Atualidades, de Lisboa, são enviados à província para investigar os pormenores do crime mal contado e as motivações da adolescente.
A partir desse assassinato, Clara Pinto Correia constrói um bela história sobre o Alentejo rural. O crime é o fio condutor do romance, que descreve a situação em que vive essa região de Portugal. Os personagens são figuras típicas alentejanas, envolvidas nos conflitos políticos, econômicos e sociais, como o pai de Mitó, Bernardo Formosinho Rosado, dirigente do Centro de Trabalho de Baleizão e filiado ao Partido Comunista, a sensual Bárbara Emília Frutoso, meia-tia de Mitó, o chefe de Polícia, Mariano Larguinho, os donos dos bares, os parentes e amigos. Depositam nos visitantes lisboetas a esperança de ver os problemas da província estampados nas páginas da revista. E talvez solucionados.
A revelação do verdadeiro assassino é o que menos importa diante da delinquência juvenil, das drogas, da ausência de perspectivas no futuro, do desemprego, do malogro da reforma agrária, do contrabando, da xenofobia contra os alemães e da monotonia do quotidiano presentes no Alentejo, tão bem retratados pela autora.
Clara Pinto Correia escreveu uma obra original, interessante, de estilo único, com uma riqueza de detalhes
ISBN | 85-325-1202-x |
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Altura | 21 |
Ano da Edição | 2001 |
Autor | Clara Pinto Correia |
Idioma | Português |
Largura | 14 |
Peso | 200 |
Espessura | 1 |